29 março 2009

Mote para crônica


Saímos da aula com o dever de anotar até o fim do dia, flashes motivadores para uma crônica.
Na porta do prédio encontramos com um senhor de uns 70 anos vestido com roupa domingueira. Pediu-nos dinheiro para voltar a Pirapora. Contou-nos, em lágrimas choradas de dor que fora assaltado na Rodoviária. Era preciso alguma coisa mais impactante para servir de mote. E seguimos caminho até um shopping. Compramos o que deveria ser comprado e retornamos ao estacionamento. Uma camionete estacionara em fila dupla fechando o nosso carro. Solicitamos a um guarda que nos ajudasse a empurrar o veículo obstruidor ou que o multasse. O guarda deu de ombros e disse que era tarefa do lavador de carros e virou-nos as costas. Também não era assunto merecedor de uma crônica opinativa. Muito engraçada foi a cena que vimos logo depois: a mocinha escancarou a porta do seu automóvel e em seguida abriu um guarda-chuva. Medrosamente esgueirou-se e colou a cabeça no guarda-chuva. Não queria se molhar em hipótese alguma. A vaidosa moça certamente passara o dia no cabeleireiro. Foi engraçado porque não estava nem chuviscando. Era um episódio muito ridículo para ser anotado. Chegando em casa vi imagens de um pavoroso incêndio na indústria química instalada entre residências. Considerei o tema óbvio demais para ser registrado. À noite fomos ao aniversário e posse de um amigo na Academia de Letras de Brasília. Comentamos que aquele era o desejo de todo homem, ter saúde, inteligência e naquele momento ser tornado imortal. Também não anotamos o que ponderei ser obviedade. Já em casa fiquei feliz. Ele deitou-se na cama enquanto e eu deitei-me no criado mudo. Por preguiça de gastar a minha tinta, convenci-o de que nada valia a pena ser escrito.

21 março 2009

Ignácio de Loyola Brandão

Ignácio de Loyola Brandão se apresentou no dia 19/03/09 no T-Bone, Açougue Cultural.

Para quem não o conhece, devo dizer que se trata de um dos expoentes da nossa literatura com mais de 30 títulos, incluindo o romance O Menino que Vendia Palavras, vencedor do Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano de 2008.

Depois da palestra procurei-o para solicitar uma dedicatória no fantástico livro autobiográfico, Veia bailarina onde relata o drama de uma cirurgia bem sucedida d 11 horas contra um aneurisma cerebral.

Ofereci o meu recém lançado livro Pepino e farofa. Para minha surpresa, Ignácio levou o livro ao nariz para aspirar os aromas das minhas aventuras culinárias.

Os cronistas sempre enriquecem fatos e imagens. Não é mesmo, mestre?

*****

Por enquanto a venda de Pepino e farofa será direta, do autor para o leitor.

O livro custa R$ 28,00 para entregas no Plano Piloto em Brasília.

Para todos os outros lugares do Brasil, com a postagem, custa R$ 30,50

2 exemplares na mesma remessa saem por R$ 59,80

3 exemplares na mesma remessa saem por R$ 89,40

Para saber quem efetuou os depósitos acrescentarei alguns centavos identificando o número do pedido.

Faça seu pedido através do e-mail r-klotz@uol.com.br, fornecendo a quantidade desejada, o endereço para a entrega e nome para a dedicatória, se desejar.

Darei o retorno informando o valor exato e fornecendo conta corrente do BB para crédito bancário.




Espaguete à bolonhesa


Estávamos sentados à mesa da varanda. Três casais. A lua apontava cheia, criando um clima romântico junto com a descontração da tarantela Funico Li Funico La.

A conversa alegre unia o grupo. A terceira garrafa de chianti estava no final. O cheiro da manjerona do molho à bolonhesa ainda estava no ar quando veio o elogio.

Parabéns. Adorei o jantar. Disseram que você sabia fazer pizza, miojo ou esquentar lasanha. Aqui você extrapolou. A massa estava esplêndida. Como você fez?

Obrigado pelo elogio. Um amigo italiano passou a receita herdada da avó. A nona era de Modena, cidade vizinha a Bolonha.

Para fazer a massa ficar perfeita temos que ir aos detalhes. Não é suficiente uma toalha verde e guardanapos vermelhos. É preciso muito mais.

Comece na escolha da massa. O espaguete deve ser número 10. A cada cem gramas de massa ferva um litro de água com dez gramas de sal. Acrescente o sal na água somente após a fervura. Não coloque azeite nem óleo na água, senão a massa fica escorregadia e o molho não adere. O mais difícil é acertar o ponto para a massa ficar al dente, ou seja, firme o suficiente para ser sentida nos dentes.

Depois de todos estes detalhes, imagino que o molho deve ser algo super complicado e difícil.

– O molho é o mais simples. Refogue 500 gramas de carne moída de primeira junto com uma cebola ralada e um dente de alho picado. Acrescente uma lata de extrato de tomate, salsa, orégano e tomilho frescos. Uma colher de açúcar, três colheres de azeite e meia de sal. Adicione um copo de água quente e mexa em fogo baixo durante vinte minutos.

– Será que posso anotar a receita?

– Fique à vontade. Tenho caneta e papel na cozinha. Ao lado do telefone.

...

– O que é isso?... O que aconteceu?

Após o grito de espanto todos levantaram correndo curiosos para a cozinha.

– O que são estes fios de macarrão grudados na parede?

– É que o italiano me explicou que a massa fica no ponto de al dente quando gruda no azulejo.


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Esta crônica está em Pepino e farofa.

Por enquanto a venda de Pepino e farofa será direta, do autor para o leitor.

O livro custa R$ 28,00 para entregas no Plano Piloto, em Brasília.

Para todos os outros lugares do Brasil, com a postagem, custa R$ 30,50

2 exemplares na mesma remessa saem por R$ 59,80

3 exemplares na mesma remessa saem por R$ 89,40

Para saber quem efetuou os depósitos acrescentarei alguns centavos identificando o número do pedido.

Faça seu pedido através do e-mail r-klotz@uol.com.br, fornecendo a quantidade desejada, o endereço para a entrega e nome para a dedicatória, se desejar.

Retornarei informando o valor exato e fornecendo conta corrente do BB para crédito bancário

15 março 2009

Carrotes au charbon

Há dias nublados em que estou com médio apetite e devo preparar alguma coisa na cozinha. Chegou a hora da janta. A falta de inspiração me leva a abrir a geladeira e vasculhar todos os cantos e gavetas à procura de alguma solução sem esforço. Por preguiça não abro aqueles potinhos plásticos com lembranças de outras refeições. Tampouco investigo o que contêm aquelas dezenas de vidros da porta da geladeira. Fico incomodado ao ouvir o açucareiro na geladeira gritando que devo iniciar urgente mais uma guerra inútil contra as formigas. Até a garrafa d’água está quase vazia. Melhor que as formas de gelo.
– Pizza? Lasanha? Miojo? De novo, não!
Sempre ouço que deveria, nestes tempos frios, tomar uma saudável sopa, um salutar caldo ou um robusto creme. Isso é comida de maricas! Homem que é homem come pizza, lasanha e miojo. Tudo misturado. E depois vomita! Argh! Hoje não tenho que provar nada para ninguém. Afinal, estou sozinho.
– Nada como uma cervejinha para clarear a mente e a urina!
Vou ao micro e acesso a internet. Receitas culinárias? Nem pensar. Vou para uma sala de bate-papo para descobrir alguma alma caridosa que saiba preparar algo leve e saboroso para aplacar minha fome.
Salas de bate-papo sempre têm um tema em discussão, dessa forma muitas pessoas se encontram virtualmente: cada uma se conecta a partir de um micro. Os temas são variados: seleção brasileira com 38 interessados; literatura com 3 presentes; carros com 7 participantes; sexo, com 92 pessoas – Isso não é sala de bate-papo, é orgia. Antropologia, sala vazia; culinária, 6 participantes, é aí que eu vou.
Insiro meu nome e uma pergunta:
– Alguém aí sabe como preparar alguma coisa fácil e rápida? Eu sou totalmente leigo na cozinha e estou com vontade de comer algo leve.
Fico feliz com uma boa recepção. Todos me desejam boa-noite e uma Sônia muito prestativa informa que tem a solução para mim: Carrotes au Charbon.
Informo que nada entendo de cozinha e menos ainda de francês.
Ela foi muito gentil e disse que deveria ir para a cozinha descascar 2 cenouras, cortar em rodelas e colocar em uma panela com fogo alto. Ela aguardaria meu retorno para novas instruções.
Feliz com a solução. Vou à cozinha velozmente cumprir aqueles passos da receita.
Retorno ao micro, entro na sala e procuro por Sônia.
Sônia me aguardava.
– Este é um prato no qual eu sou especialista. Aprendi com meu avô. Ele era francês, um tremendo gozador e um excelente cozinheiro. Sabia preparar pratos com muita rapidez e com sabor inigualáveis. Já ensinei esta receita para muitas amigas e três namorados. Todos o consideraram um prato inesquecível. Você será o próximo a dar sua opinião.
– Sônia, rápido, qual é o próximo passo? Estou sentindo cheiro de queimado!– Parabéns, sua receita já está pronta. Carrotes au Charbon significa cenouras ao carvão.

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Esta crônica está em Pepino e farofa.

02 março 2009

É terça, é terça, é terça

Terça é o grande dia! Hora de provar as deliciosas crônicas culinárias Pepino e farofa.

3 de março, a partir das 18h no Carpe Diem, 104 Sul.

A noite contará com a pessoa mais importante do universo: você.

O autor, Roberto Klotz, recebeu diversos telegramas onde famosos não disseram:

Neil Armstrong Um pequeno livro para o homem, um grande livro para a humanidade.

Dorival CaymmiQuem não gosta de Pepino e farofa, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou totalmente lelé.

Jânio Quadros – Li-lo porque qui-lo.

Esfinge – Leia Pepino e farofa ou te devoro.

O agente de divulgação trabalhou tão bem, que sumiu até com a máquina de passar cartões.

Leve um arcaico talão de cheques ou dim-dim.

No blog há informações para aquisição via postal.



Por enquanto a venda de Pepino e farofa será direta, do autor para o leitor.

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