É minha vez. O dia cinco de março é dia da minha estréia no Bar do Escritor.
Três dias antes disseram que eu ficaria nervoso.
Eu me lembro de ter dito que eu tiraria de letra. O alfabeto inteiro. Estava tranqüilo. Tranqüilíssimo.
Isso foi três dias antes. Era começo de noite do dia dois.
Passei a noite em claro. Contei carneirinhos. Pensei no meu texto. Contei mais carneirinhos. Tomei água com açúcar. Contei carneirinhos. Bobagem, água com açúcar. Aguinha com açúcar e carneirinhos. Daqui a pouco aparece o lobo mau e bota um fim essa história infantil. Pensei num texto e virei um vidro de maracujina. Apaguei rapidinho.
Texto que é bom, nada.
Graças à maracujina, meu dia 3 começou lá pela uma da tarde. Aí tive que recuperar o tempo perdido fazer aquilo que deixei de fazer pela manhã.
Por que diabos fui escolher o dia cinco? O mês tem trinta dias e fui escolher logo um dia lá do comecinho. O calendário estava todo aberto e escolhi aquele número. Sou burro mesmo. Poderia, por exemplo, ter escolhido uma das dezenas do burro: nove a doze. Teria ganho uma semana.
Rogaram praga.
Já chegou outra noite, não preparei meu escrito e os lençóis já começaram a pesar. Apesar de você, amanhã há de ser outro dia... A cabeça gira, gira e gira e gira e nada de fixar um conto ou uma crônica. Levanto da cama, pego um copo com água e digo com voz firme e alta:
– Não vou fazer a besteira de tomar outro vidro de maracujina. Eu sou um escritor responsável. Olhei para o copo de novo e de acordo com minha palavra, rapidamente engoli uma bolinha vermelha de Lexotan.
O dia 4 começou sonolento às três da tarde.
Meu tempo está acabando. Tenho de ter a idéia, escrever, revisar e postar. A contagem regressiva está próxima do dois , um fogo!
Ai! Deu dor de barriga.
Por que as estréias são assim?
Eu poderia ter ganho dois dias e escolhido o dia sete. Sete são as notas musicais. Sete são as cores do arco-íris. Sete são os motivos pelos quais não consigo escrever.
Meu tempo está se esgotando rapidamente e ainda tenho que organizar tudo para uma festa aqui em casa amanhã.
Tudo o que eu sempre quis na vida era escrever e ser lido. Minha grande oportunidade chegou. Dia cinco, por quê?
No fundo eu sei. Dia cinco de março completo 55 anos. É meu aniversário.
Este é meu melhor presente para quem escreve: escrever e ter alguém que leia até aqui.
Obrigado.
Enzine Bar do Escritor http://www.bardoescritor.blogspot.com/
4 comentários:
Mestre,
se vc quiser colocar links na coluna, vá em MODELOS e insira uma lista de links. É super fácil!
Ah, agora só no mês que vêm... ahhhh....
[]s
Puxa. parabens por todos os seus 5.
Dia 05, 55 anos, ano 2007, subtraindo os algarismos chegamos ao 5.
Ate parece um numero da Besta ..mas anima-se: cfe numerologos, o n. 5 e o ponto do equilibrio, dos amigos,do alto astral,da paz, da harmonia.
Eu adoro o 5, ele me da sorte, igual ao 2.
bjs
Prestenção!
Agora robertoklotz também nas estranjas, diretamente da Índia!
I'm proud of me!
Thank you Mr. Cletus.
Li.....
li novamente...
e adorei o testo Jenipapo.
Você tem um poder especial de cativar os leitores, palavras simples de fácil compreensão...uma energia maravilhosa.
Parabéns
Postar um comentário