Reparei que uma senhora comprava todo o estoque de fraldas descartáveis. Eram dezenas de caixas espalhadas nos balcões e no chão. Espantei-me com a quantidade e comentei com o vendedor.
– Nossa, não seria mais em conta comprar uma rolha?
Pra quê eu fui dizer isso?
A senhora virou-se para mim, com uma cara azedíssima – Meu filho é deficiente!
Levei um susto enorme com aquela senhora tentando morder a minha jugular.
– Julguei que estivesse comprando esta quantidade por causa da promoção! – foi só o que me ocorreu para amenizar o clima tempestuoso.
– Pois o senhor dobre a língua quando falar do meu filho! – gritou para que todo o bairro ouvisse.
Olhei em volta, não vi nenhuma criança deficiente, também nada vi que indicasse que ela fosse portadora de uma criança deficiente.
Abaixei minha cabeça humildemente, paguei as minhas compras. Senti uma pena enorme da criança. Não pela doença, mas pelo mau humor materno. Caminhei até a saída , virei-me, e, em voz alta, solicitei a um balconista do fundo da farmácia:– Moço, por favor, dê-me uma caixa de antiácidos. Esta senhora nasceu com azia!
2 comentários:
hehehe, boa, azia é foda.
Azia é azia.
Uma coisa é uma coisa. E outra coisa é outra coisa.
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