07 abril 2015
O decote no escritório
Sabe aqueles peitos das mulheres de filmes americanos? Pois é, a Patrícia
tem um par desses. O generoso decote exibe muita volúpia, poder e alegria.
Logicamente a alegria fica por conta, apenas, daquele que tiver o privilégio de
brincar naquelas montanhas russas. Ou americanas. Ou brasileiras. Sei lá, JotaTê
sempre se perde quando está cercado de pensamentos no vale.
A Patrícia é da área de marketing e
são raras as oportunidades que tem de encontrá-la no trabalho. A exuberância só
fica disponível aos seus olhos nas reuniões semestrais. Ele até propôs que as
reuniões semestrais fossem todos os meses. Mas a diretoria não quer que outras
gerências se relacionem com o pessoal de propaganda e marketing.
Na última reunião havia poucos presentes.
Todos cientes, da importância da reunião com o diretor. Patrícia compareceu com
uma blusa abotoada e saia. Uma saia comportada. Nem chamou à atenção, ao menos
antes da reunião começar.
As coisas começaram a se complicar
quando o destino o colocou na mesa bem à frente da doutora Patrícia. Ele havia
se preparado com afinco para a reunião de resultados. Uma boa apresentação
respaldada em trabalho eficaz poderia definir uma promoção para alguém daquela
sala. Ele queria ser o promovido.
No momento em que percebeu que a
exposição de motivos do departamento de marketing estava no botão da blusa que
a doutora abrira abaixou a cabeça. Pensou em olhar e focar nos próprios apontamentos.
Foi aí que perdeu a promoção.
Patrícia jogou com toda sua inteligência e capacidade. Ela estava em casa. O terreno era o
dela. Sabia onde seria a reunião. Seria na sala com a enorme mesa de tampo de
vidro. E se preparou muito melhor que ele. Usou de todos os artifícios para
desconcentrá-lo e superá-lo. Veio sem calcinha.
JotaTê foi aplicado. Conferiu os pormenores e certificou-se que ela
estava realmente, indubitavelmente, deliciosamente sem calcinha.
Ela rabiscou e empurrou um bilhete.
– Quer?
Era impossível olhar para os olhos da doutora Patrícia.
Limpou a baba que escorria pela lateral da boca e assentiu com a cabeça
olhando para o decote.
A fama da doutora era de cumpridora de prazos e compromissos.
Na sexta-feira se encontraram e rumaram para o motel.
Tudo perfeito, Patty estava pleonasticamente divina. Os sonhos iriam se
realizar. Era o sonho de dez entre dez funcionários da empresa.
Estavam a sós no quarto. Me ia
luz. O beijo. A agarração. A volúpia. Mãos acariciando e apalpando. Mãos
despindo corpos. Corpos nus se pegando e se esfregando. Libido nos céus. Os
enormes e rígidos seios eram dele, tudo dele. Dele e da sua boca.
A língua descreveu meio círculo no mamilo de Patty e na mesma hora
Patrícia, de prazer, cravou e arrastou as dez unhas nas costas de JotaTê. O
sangue correu nas trilhas dos dez punhais.
O candidato a gerente brochou. Perdeu a promoção, o tesão e a vantagem de
dizer que tinha comido a Patrícia, a nova gerente.
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