Pesquisa para o texto Antologia
23 fevereiro 2008
Antologia
– Ó, von Silva, o que é antologia?
Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo não faria essa pergunta. Se eu fosse o Raimundo que amava Maria que amava Joaquim, eu também não saberia a resposta. O meu nome é von Silva, não tenho outro de pia.
Se eu estivesse na repartição seria normal este tipo de pergunta. Estou longe de qualquer dicionário porque hoje é sábado. Essa Rosa radioativa estúpida e inválida não deveria ter feito esse questionamento.
Perdido, sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos, procurando uma resposta. Desejei me esconder, desejei ir para Minas, Minas não há mais, quis morrer no mar, mas o mar secou. Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei. Volto para a minha terra que tem palmeiras onde canta o sabiá, que tem cadeiras onde posso sentá e procurar um desmancha-dúvidas. Meu reino por um dicionário!
Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? Preciso urgente de um pai-dos-burros. Queixo-me da Rosa, mas a Rosa não fala, simplesmente perguntou o significado de antologia.
Para todas as coisas: dicionário, para que fiquem prontas: paciência. Rosa não tem paciência. Quer resposta. Tem uma pedra no meio do caminho, cadê o maldito tira-teimas?
Toda pedra no caminho você pode retirar. De repente, não mais que de repente surge o salvador e consulto o verbete:
“Coleção de trechos em prosa e/ou em verso.”
– Obrigado, Aurélio!Aurélio, garoto esperto, informa também que intertextualidade é a superposição de um texto a outro.
– Mais uma vez, obrigado, Aurélio!
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“Mundo, mundo, vasto mundo. Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima , não seria uma solução.” – O Gauche – Carlos Drummond de Andrade
“João que amava Tereza, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili.” – Quadrilha – Carlos Drummond de Andrade
“O meu nome é Severino. Não tenho outro de pia.” – Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto
“Porque hoje é sábado.” – O Dia da Criação – Vinícius de Moraes
“A rosa hereditária. A rosa radioativa estúpida e inválida.” – A Rosa de Hiroshima – Vinícius de Moraes
“Sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos.” – Alegria, alegria – Caetano Veloso
“Quero ir para Minas, Minas não há mais, quer morrer no mar, mas o mar secou.” – E agora, José? – Carlos Drummond de Andrade
“Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei.” – Vou-me Embora pra Pasárgada – Manuel Bandeira
“Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.” – Canção do Exílio – Gonçalves Dias
“Meu reino por um cavalo!” – exclamou Ricardo III na Guerra das Duas Rosas, conforme William Shakespeare
“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” – Vozes d'África – Castro Alves
“Queixo-me às rosas mas que bobagem, as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti, ai.” – As Rosas – Cartola
"Para todas as coisas: dicionário, para que fiquem prontas: paciência." – Diariamente – Nando Reis
“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho.” – No meio do caminho – Carlos Drummond de Andrade
“Toda pedra no caminho você pode retirar.” – É preciso saber viver – Roberto Carlos e Erasmo Carlos
“De repente, não mais que de repente, fez-se de triste o que se fez amante.” – Soneto da Separação – Vinícius de Moraes
“Se você rouba de um autor, é plágio, se de vários, é pesquisa.” – Wilson Mizner
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