Tive a honra e o privilégio de conversar com o autor na noite de 4 de junho no T-Bone, pouco antes da palestra sobre o livro O mago, biografia de Paulo Coelho. No evento dediquei uma cópia do meu livro Pepino e farofa e entreguei uma cópia de um e-mail enviado em 2006.
Enviado em: terça-feira, 28 de novembro de 2006 23:13
Prezado Fernando,
Foi uma alegria enorme ouvir sua conversa no Sempre um Papo. Tentei enviar um e-mail há dois anos, após outra apresentação sua aqui em Brasília. Os entregadores do correio eletrônico simplesmente carimbaram: devolver ao remetente, endereço não localizado. O envelope amarelou um pouco, mas faço questão de entregar o conteúdo intacto.
Já estou curioso para percorrer as páginas de Montenegro. Meu pai foi piloto da FAB na segunda guerra, tirou brevê em aeroclube fundado por Chatô; meu irmão estudou no ITA. Há identificação novamente, como em Chatô. Aliás conversei longamente com uma tia cujo pai foi adido diplomático em Londres à época do Embaixador Chateubriand e com outra tia cujo marido doou, à revelia, avião para o aeroclube de Poços de Caldas.
Quero saber quem vai escrever a biografia de Fernando Morais.
Abraços,
Roberto Klotz
Enviado em: sexta-feira , 26 de março de 2004
Prezado Fernando,
Há duas semanas soube que você estaria no Sempre um Papo. Quem é Fernando Morais? No site do Sempre um Papo havia a referência aos Olga, Ilha e Chatô. Fui conferir minha estante e lá estava Olga. Chatô estava pertinho. O primeiro livro, lembro ter devorado vorazmente em pouco dias. O segundo, pelo assustador tamanho, estava entre as preciosidades que “ainda vou ler um dia”. Essa era a hora. Ler rapidamente para conhecer um pouco do autor antes da sua presença em Brasília. Não deu tempo, é lógico. Só agora estou pela metade.
Sempre tive muita curiosidade em saber dos mistérios de poder do Velho Capitão. Na memória um registro dele trajando elegante fraque encimado por brilhante cartola. Como paulistano passei na frente da Casa Amarela várias vezes, parei para ver os colibris confinados naquela enorme gaiola. Tive a oportunidade de vê-lo uma vez. O que mais aguçava minha curiosidade, foi ter visto no MASP, ainda na Rua 7 de Abril, uma obra de Renoir com uma nota de agradecimento à família Lundgren pela doação. Os Lundgren são parentes e meu pai teve convívio bastante próximo na década de 50. Ainda menino, elogiei o desprendimento na doação desta magnífica obra. Meu pai apenas mencionou que não se tratara de benemerência e sim de resultado de chantagem. E que teria sido desta forma que Chateubriand teria montado o maior museu do hemisfério sul. Um dia eu precisava tirar isso a limpo.
Que aula de história! Chateubriand consegue estar presente em todos bastidores dos momentos importantes e fazer o mundo girar na velocidade e sentido que lhe interessam. Além da fantástica biografia, chamaram-me à atenção em seu livro o volume da pesquisa, a quantidade de entrevistas e a profusão de colaboradores. Seu senso de organização, trabalho e acima de tudo contatos são destaque. Trabalho dos mais complexos sem dúvida é motivar uma equipe tão grande e multidisciplinar em diversos cantos. Destaque genial e divertido é o vocabulário léxico do polêmico Chateubriand. Nauseabundo, poltrão, sacripanta, celerado, torvo, flibusteiro, bufarinheiro e frascário foram alguns dos adjetivos nada delicados aplicados pelo protagonista.
Sou apenas mais um entre centenas de seus leitores, mas com certeza li com muito interesse, entusiasmo e admiração o seu fantástico e equilibrado trabalho. Parabéns!
No Sempre um Papo ainda pude extrair um incentivo da sua parte. Você comentou que visitava uma livraria nos Estados Unidos e que havia todo um andar de biografias e não apenas uma estante, ao contrário da sua expectativa brasileira. Que havia duas dezenas de biografias de Jaqueline Kennedy enquanto não temos sequer de todos os ex-presidentes.
Não sou escritor nem jornalista embora tenha prazer em escrever crônicas para consumo próprio. Sempre tive muito orgulho do trabalho dos meus dois avós, o paterno era engenheiro e construiu estradas de ferro e o materno era pintor acadêmico, e jamais encontrei nada nos livros à respeito deles. Você sinalizou e incentivou. Obrigado pela dica e pela força.
Abraços,
Roberto Klotz
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