Não fui para encontrar Macabéa, ela simplesmente chamou a minha atenção pela postura ereta. Parecia que a moça do casaquinho preto aconchegava Deus.
Enquanto isso, um cantor famoso e lindo, desconhecido para ela. Dedilhava um violão. Quando terminou a exibição ofereceu cem reais a quem acertasse a música até a sétima nota tocada. Uma jovem sem dentes, uma barriguda de nove meses, um pretinho chapado, um office boy de gravata. Muitas tentativas frustradas.
Quando o cantor desistiu Macabéa começou a cantar. A multidão parou. Os ônibus silenciaram. Até a fumaça se abriu para as notas da moça.
Com o dinheiro na mão, procurou o garoto. O menino sumiu. Maca chorou. Eu também.
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