08 junho 2015
Um dia na vida de um carteiro
Quando prestei
concurso para carteiro imaginei que fosse distribuir cartas em bairro de rico.
Não neste bairro de ruas enlameadas, repleta de cachorros sujos e barracos sem
número.
A próxima casa
vai ser mais fácil. A porta está entreaberta.
- Ó, de casa.
– Bato com os nós dos dedos na porta.
- Ó, de casa –
chamo três vezes e abro lentamente a porta.
Não vejo
ninguém e avanço uns passos.
Acima do sofá,
na parede há um recorte de página central de revista com o time do Botafogo,
campeão estadual de 2006. No prego, logo acima, há um boné provocativo com o
escudo do Flamengo.
Dei mais um
passo para largar a correspondência sobre a mesinha quando reparei rastros de
pneu de bicicleta perto de um par de havaianas destroçadas e um cachorro morto.
Saí correndo.
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