05 novembro 2015

O Sol é para todos

O Sol é para todos

Harper Lee

José Olympio

350 páginas

R$ 45,00

É um livro que recebeu um Pulitzer - prêmio norte-americano concedido pela Universidade de Columbia a pessoas que realizam trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição. Além disso, a contracapa informa que foi escolhido pelo Library Journal como o melhor romance do século XX e também foi escolhido pelos leitores da Modern Library como um dos cem melhores romances em língua inglesa desde 1900. Mesmo que haja exageros, o livro deve ser, no mínimo, visto com reverência.

O título do livro – O Sol é para todos – é muito apropriado quando se refere a igualdade racial embora o título em inglês – To kill a mockinbird – seja genial. Mockinbird vem a ser um pássaro que imita o canto de outros confundindo quem o escuta. É considerado, por isso, um pássaro gozador, enganador, daí o metafórico título: para matar um enganador (ou mentiroso).

A história se passa em Maycomb, uma cidade fictícia do Alabama de 1935. Era uma época em que não havia televisão nem celulares, a comunidade era pequena, todos se conheciam e formavam juízo uns dos outros. Tanto que o sobrenome Haverford era sinônimo de burrice, os Ewell eram marrentos e ignorantes enquanto os Cunningham denotavam pobreza, não aceitavam doações, mas se aceitassem algum favor faziam questão de retribuir.


Mas o foco do romance é um pequeno ramo da família Finch. A protagonista e narradora é Scout, ou melhor, Jean Louise, como a tia fazia questão de chamar. Scout é uma menina de oito anos que aprendera a ler antes de ir para a escola. De personalidade forte, se vestia e brigava como um menino. Jeremy ou Jem, é o irmão quatro anos mais velho, leitor voraz de livros e jornais, protetor da irmã. O pai viúvo é Atticus Finch, advogado bem sucedido, extremamente ético e correto que educa os filhos com o auxilio da cozinheira negra Calpúrnia.

Sempre a partir do universo de Scout que era restrito à rua e à escola, a primeira metade do livro mostra como eram as relações entre as pessoas da cidade com seus pequenos problemas. Apesar das travessuras típicas da idade, Scout tem uma percepção bastante adulta das diferenças sociais e raciais.
A segunda metade da narrativa mostra Atticus convocado pelo juiz da comarca a defender um negro acusado de estuprar a filha de um homem branco. Jem e Scout são testemunhas da ignorância e preconceito reinantes no sul americano. A tensão é agravada pela grave crise econômica, a chamada Grande Depressão.
       
        Impossível ficar indiferente nessa história que aborda questões como a ética, o preconceito social e, sobretudo o racismo, tanto que o livro é indicado para a leitura nas escolas americanas.


          Li e recomendo com entusiasmo.

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