30 junho 2020
Loira de farmácia
— O que foi isso no seu olho?
— Foi uma
ironia.
Essas foram
as duas primeiras frases, na vídeo conversa, com meu amigo Joca, cronista de um
grande jornal.
— Aposto que
esse olho roxo é resultado de briga com a mulher.
— Pois é,
detesto clichês. Se eu dissesse que era olho roxo você e o resto do mundo comentariam padronizadamente que foi briga com
a mulher.
— Brigar com
ela virou clichê?
— Clichê é o
lugar comum. Uma coisa repetitiva que faz feliz quem diz ou faz.
— Entrou um
clichê no olho?
— Não. Vou
contar. Ela chegou em casa loiríssima vindo do cabeleireiro e perguntou se
gostei. Respondi: “Clichê”. Quando deveria ter juntado as mãos, feito um coraçãozinho
e dito “Amei”.
— Ainda não
entendi.
— Ela, de
imediato, também não entendeu a ironia. Expliquei que clichê era lugar-comum, ideia
ou ato tão repetido que já perdeu a graça.
— Mas isso
não seria motivo para um soco no olho.
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