09 novembro 2016



Roberto Klotz lança 'Manual do escritor', com dicas para aprimorar escrita
A obra tem texto leve e fluido. Veja, abaixo, algumas ferramentas divulgadas pelo escritor
postado em 09/112016 07:00

Isabella de Andrade – Especial para o Correio



 
"A técnica não serviria de nada para a pessoa sem talento, mas aumenta o alcance de quem a possui" Roberto Klotz, escritor.





Com um texto leve, fluido e bem-humorado, Roberto Klotz escreveu seu sexto livro, o Manual do escritor, para compartilhar suas experiências literárias com novos escritores. Ao longo das páginas, o leitor encontra, além de dicas e ferramentas para melhorar cada vez mais sua escrita, alguns caminhos que podem facilitar a publicação do tão desejado primeiro livro.

A ideia básica é de que pequenas mudanças fazem diferença entre autores bem-sucedidos e que a técnica de nada serviria sem talento, sendo apenas um meio para potencializar o alcance de quem o possui. A leitura de seu manual é convidativa e promete sinalizar caminhos importantes para o bom uso das palavras. Em cada rodapé das páginas, o leitor encontra um pensamento ou curiosidade sobre a escrita, ditos por uma grande variedade de autores através do tempo.
Em seus títulos anteriores o humor se mostra como uma de suas características recorrentes. Roberto Klotz já lançou Pepino e farofa(crônicas), Quase pisei! (crônicas), Cara de crachá (conto), A bruxinha que queria ser fada (infantil), O monstro da caixa azul (infantil) e afirma que escrever ficção é algo que vem da vontade humana em imaginar outras vidas, outros personagens, transformando as ideias em histórias. “Conhecer as regras é fundamental. Entender os processos e as técnicas, mesmo sem usá-las, abre oportunidades. Entretanto, cada autor institui suas próprias normas de criação.” Klotz disponibilizou tudo o que conhece e que considera mais importante para um escritor, não apenas técnicas literárias: os profissionais necessários à publicação, editores, mercado editorial, autopublicação, marketing, vendas.

O autor brasiliense nunca havia escrito um conto ou crônica até 2003, quando resolveu entrar no mundo da escrita. Desde então, Klotz considerava que era preciso ter uma base sólida e conhecimento literário. Ele iniciou os estudos específicos e começou a arquivar aquilo que considerava mais importante para o crescimento pessoal na escrita, além de ler o maior número possível de clássicos e participar de oficinas literárias. “Quando me dei conta, havia escrito apostilas para ministrar palestras e oficinas. Precisei elaborar uma cartilha e, quando percebi, tinha redigido um manual com mais de 200 páginas”, conta.
Possibilidades

O ponto mais importante de qualquer obra literária, de acordo com o autor, seria o ser humano, o desenvolvimento do personagem. Existem inúmeras possibilidades para criar personagens: características físicas, personalidade, meio social, ambiente geográfico, época, sendo ele sempre rico em possibilidades. Klotz dá a dica para a criação de bons seres literários: “Ao criar um personagem imagine que ele tenha um segredo.  O diretor da escola esconde que foi mau aluno; a gerente de supermercado suprimiu do currículo a condenação por furto; o marido sublima a atração pela cunhada... Estas serão as fraquezas dos personagens. Personagem forte é o que tem qualidades e defeitos”.

O autor destaca que o aprendizado e o conhecimento da escrita não engessarão os modelos de criação, e sim, pode oferecer ferramentas para somar e aprimorar estilos de escrita já presentes. “Existem academias para aprimorar os dançarinos, conservatórios para ensinar as técnicas aos músicos, escolas de belas artes para desenvolver a pintura dos artistas plásticos. Assim é com a escrita: pode e deve ser aprimorada com a técnica”, afirma.
Fique de olho 

·         A pesquisa evita que escrevamos bobagens.
·         O personagem precisa ter motivação. Objetivos provocam conflitos e conflitos movem a narrativa.
·         Todos os personagens têm vulnerabilidades.
·         Credenciar é habilitar o personagem antes do conflito em que alguma característica seja importante.
·         Na literatura pode-se mentir; é proibido falsificar. Parte do trabalho do escritor é tornar plausível o que não é razoável.
·         Conflito é a questão que motiva a narrativa.
·         A palavra certa é meio caminho para transmitir o subtexto.
·         Tenha meta e prazo.
·         Vários autores, por descuido na revisão, em vez de orgulho, passaram a ter vergonha dos próprios livros após a publicação.

Trecho

Você precisa dar o primeiro passo, mas com um plano para chegar ao destino. Escrever é como entrar numa guerra. Exige estratégia, planejamento e arsenal. Saiba as táticas. Camufle a estratégia. Conheça o cenário da luta. Tenha inúmeras armas literárias. Estude antes de entrar na luta: descubra como são e como pensam os protagonistas e os antagonistas. E, principalmente, saiba com profundidade qual é o motivo da guerra, digo, do conflito entre os personagens. Na vida e na escrita, “quando se ignora para onde ir, qualquer caminho serve”. Então, quanto mais detalhar a história, melhor poderá visualizá-la e realizá-la.

SERVIÇO

Manual do escritor
Lançamento do livro, hoje, no Carpe Diem da 104 Sul, a partir das 18h30. O livro estará à venda por R$ 40 e as vendas seguem, após o lançamento, apenas diretamente com o autor. Para adquirir o livro basta entrar em contato: r-klotz@uol.com.br.

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