27 outubro 2017
Bullying político
Bullying
é um termo importado do inglês. Bull significa touro. Bully sugere valentia. Em
inglês, bullying designa formas de violência verbal, física ou psicológica
intencional e repetitiva praticada por um indivíduo ou por um conjunto de
indivíduos. A agressão é provocada numa relação desigual de poder. A
intimidação, o deboche, o ataque causam dor, angústia sem possibilidade de
defesa. Destroem a autoestima da vítima.
Os
praticantes do bullying sistematicamente negam que o praticam e minimizam seus
atos de brutalidades.
Se
você pensa que isso só acontece nas escolas e locais de trabalho, enganou-se.
Você,
eu e todos os brasileiros estamos sofrendo o bullying e não nos damos conta.
Chama-se
bullying político.
Diariamente
você é chamado de bobo, idiota, pamonha, tolinho, panaca, babaca. Os políticos
sugerem que você é mais insignificante que filhote de lombriga.
Todos
se dizem inocentes e inventam mentiras e desculpas que nem meu neto
recém-nascido acredita.
"Eu
sou inocente e vou provar minha inocência. Não existe nenhuma prova contra mim.
As acusações são inconsistentes."
"Nunca
tratei de doações eleitorais. Esse depoimento, realizado em processo de delação
premiada, causa profunda estranheza. Ressalto que todas as doações que o
partido recebe são feitas na forma da lei e declaradas à Justiça."
"Pessoalmente,
gostaria de transmitir, a bem da verdade, que os ‘fatos’ apontados jamais
ocorreram. Jamais conheci esse senhor que mente para aliviar sua pena.”
“Meu
nome foi incluído nessa falsa lista por contrariar os interesses.”
“O
Ministério Público, poderia ter evitado equívocos me ouvindo preliminarmente.”
“Nego haver razões objetivas para que eu seja
impedido de atuar nesses casos.”
“Se
tem uma coisa que eu me orgulho, neste País, é que não tem uma viva alma mais
honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério
Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode
ter igual, mas eu duvido.”
Quando
dizem: “Farei de tudo para provar minha inocência.” Parece que dizem em coro:
Indicarei nomes para compor CPIs, colocarei verbas nos projetos de deputados e
senadores, atrapalharei investigações, pagarei os melhores advogados, mudarei a
lei, comprarei juízes e trabalharei mais duro ainda para destruir essa
conspiração que deseja sujar meu nome.
Os
políticos com espertos advogados e dinheiro, desmontam peças jurídicas sem
desmentir o conteúdo.
E o
bullying político insiste.
“Sou,
vítima de uma ardilosa armação, uma criminosa armação perpetrada por
empresários inescrupulosos que se enriqueceram às custas do dinheiro público e
não tiveram qualquer constrangimento em acusar pessoas de bem na busca dos
benefícios de uma inaceitável delação.”
“O
pessoal da Lava Jato contaram mentiras a meu respeito, a Polícia Federal da
Lava Jato mentiu, o Ministério Público mentiu e o juiz aceitou as mentiras e tá
me condenando por coisas que ele próprio diz que eu não fiz. Então são eles que
estão com problemas de explicar para a opinião pública, sabe que eu não cometi
o crime que eles gostariam que eu tivesse cometido. Tá, eu já provei a minha
inocência. Agora cabe a eles terem coragem de pedir desculpas pra mim.”
Você
está cansado de ouvir e de ler, mas o bullying persiste.
“O
PSDB reafirma seu compromisso contra a impunidade, defendendo a ampla
investigação de toda e qualquer denúncia devidamente fundamentada contra quem
quer que seja, inclusive membros do partido.”
Não temos
autoridade para dizer: “Vossa Excelência está na mídia destruindo a
credibilidade do Judiciário brasileiro” ou “Por qué no te callas?”.
Enquanto
isso: “Dinheiro continua circulando em malas anos depois do início da
Lava-Jato. Regras são gestadas no Congresso Nacional para beneficiar políticos.
Ministros do Supremo soltam e ressoltam corruptos poderosos.”
O
povo brasileiro sofre bullying político em silêncio.
Até
quando?
Em
1789 os franceses tomaram a Bastilha.
Em
1969 os militares fecharam o Congresso brasileiro.
Em
2013 os black bloc’s brasileiros manifestaram a fúria questionando a ordem
vigente.
Em
2018 ...
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