25 abril 2007

Opostos

Um casal de amigos, Paulo e Fernanda, são opostos em tudo. A começar, naturalmente pelo sexo. Ele é alto, ela é baixa. Ele magro, ela gorda. Ele sovina, ela shopping center. Ele moreno, ela loira. Inteligência não é medida pela cor do cabelo, isto é puro preconceito. Ele é preocupado, ela é desligada. Ele pontual, ela, ih, esqueci. Ele toma rápido banho frio, ela demorado banho quente. Cá entre nós e a torcida do Flamengo, quem é que agüenta demorado banho frio? Ele enrola a pasta de dente, ela nem põe a tampa. Ele diz que tudo tem seu lugar, ela procura a lixa de unha na cozinha encontra a pulseira dourada. Ele sapato, flauta e violoncelo, ela apito, pandeiro e chinelo.
Ele jamais larga o sapato na frente da tevê. Ele só tira o sapato após desfazer o lacinho, para em seguida guardá-lo no armário. Ao lado do outro sapato da mesma cor, logo abaixo da etiqueta: sapato social. Todos os cedês têm lugar certo. Dentro de cada caixinha está o cedê anunciado na frente. A não ser que ela tenha escutado música na última hora.
E daí?
Daí, que quase todos os casais lembram Paulo e Fernanda. Alguns Fernando e Paula.
Esta descrição está parecendo clichê. Então, a melhor forma é parar com a descrição e contar dois fatos recentes ocorridos com o casal.

– Fernanda onde está agenda de telefones?
– Está no banheiro.
– Isso é lugar? O lugar da agenda é do lado do telefone.
– Justamente. O telefone está lá no banheiro.
Paulo resmungando vai até o banheiro, pega o telefone e agenda e retorna para frente da tevê. Começa a folhear à procura de um número.
– Para que horas devo chamar o Humberto e a Fátima?
– Na hora que chegarem. Chegaram.
– Isto significa antes ou depois das nove?
– Então marca aí a hora que você quiser.
– Então vou chamar para as nove.
Paulo continua a folhear a agenda. E pergunta:
– Você vai colocar que roupa?
– Depois eu vejo. Alguma que estiver passada.
– Onde está o número do Humberto? Procurei em erre de Rodrigues e não achei.Também não está no agá nem no efe.
– Procure em eme. É Maria de Fátima!
– Já olhei! Só falta no u de Humberto.
Paulo resolve procurar página por página. Ele há de encontrar o telefone.
– Mas que diabos, Fernanda! O número está no cê.
– Lógico. Carteado. Turma do carteado.
Os nomes são fictícios. Qualquer semelhança é mera coincidência. Ou você acha que eu iria colocar os verdadeiros nomes? E, por serem fictícios conto o outro fato:
O quê você pensaria se visse a toalha molhada do Paulo sobre a cama?
a) Que o Paulo acabou de tomar banho, está se vestindo, e que já já, vai pendurar a toalha;
b) Que o Paulo, afinal, não é tão inflexível e chato;
c) Que o Paulo não costuma deixar a toalha jogada em cima da cama. Larga no chão.
d) A Fernanda tomou banho e usou a toalha do Paulo. A dela está em cima da cadeira desde ontem. E, que o Paulo vai ficar furioso quando descobrir sua toalha molhada e em cima da cama. Do lado em que dorme.
Ontem liguei para a Fernanda e ela disse que a resposta certa seria outra:
e) Nenhuma das anteriores. A Fernanda tomou banho. A toalha dela está no chão do banheiro para enxugar os pés. Usou a do Paulo para se enxugar. Jogou-a em cima da cama para provocar. Enquanto passa um creme nas pernas pede que Paulo traga a camisola branca. Paulo vai se enfurecer pela enésima vez ao ver a toalha, porém ao entregar a camisola Fernanda muda o tom e a começa a massageá-la, antes de agarrá-la entusiasticamente.
Os opostos se atraem.

04 abril 2007

O primeiro pentelho branco a gente nunca esquece!

Este foi o tema que encontrei no blog da Moniquinha há muuuuuito tempo. http://monicaneves.multiply.com/
E, o início do texto, pertence a ela. Um super beijo, garota.

Ingredients: Uma pessoa conhecida veio falar da sua crise quando surgiu o seu primeiro pentelho branco. Me pediu conselho. Eu dei né! Segue abaixo.Directions:Minha sugestão:Assim que aparecer o primeiro pentelho branco tenha uma crise daquelas, memorável. Puxe os cabelos (não os pentelhos), grite, berre, diga o quanto a vida é injusta e que Deus é homem e nunca deve ter tido um pentelho branco. Pegue uma tesourinha e delete o pobre coitado. Enquanto for um pentelho só, a crise estará liberada. Quando forem muitos, minha querida, ou você assume a perereca branquinha ou trate de pintar a pobre coitada (fico com a primeira opção). Você também pode adotar o modelito máquina zero. Super moderno. E não esqueça: bom humor sempre! Envelhecendo, porém com charme!

Meu amigo Roberto Klotz, grande cronista, leu meu post sobre os pentelhos brancos. Não pode responder pq ainda não quer se cadastrar no multiply. Me mandou a resposta via e-mail, hilária.

Transcrevo na íntegra: Este é um tema cercado de muito tabu. A sociedade tem vergonha de discutir tão importante tema. Discutiram séculos sobre o divórcio, o aborto e a eutanásia. A questão dos pelos pubianos sequer entrou em pauta para discussão. Quando, e se, a discussão dos pelos pubianos ganhar foro pode ser que abram espaço para discussão da cor dos ditos cujos. Acredito sinceramente que a questão do enbranquecimento da cabeleira púbia é assunto apenas daqueles que já amadureceram na vida. As crianças não têm nenhuma preocupação quanto à cor nem credo dos pentelhos, apenas desejam ardentemente que a região pélvica seja preenchida rapidamente com pentelhos. Os adolescentes e maduros têm apenas a preocupação na reposição dos pelos devido ao desgaste natural nas relações interpubianas. O pentelho sofre muita discriminação. Muitas mulheres simplesmente podam os pentelhos, como podam seus maridos nas conversas, outras mulheres reduzem drasticamente a área cultivada deixando apenas a mata ciliar. O pentelho também é execrado e ofendido quando das relações orais. Normalmente cospem e ofendem o infeliz que se intromete na boca. A própria palavra pentelho era considerada de baixo calão até que nos últimos 20 anos um apresentador de televisão começou a fazer uso da palavra à exaustão. Pode-se até dizer que o tal apresentador é um chato, assunto próprio para pentelhos. Não querendo fugir à questão proposta, surgimento do pentelho branco, defendo intransigentemente os pentelhos brancos. Acho um absurdo a discriminação contra os pentelhos brancos. Neste mundo povoado por negros pentelhos, penso que devam ser abertos espaços para os pentelhos brancos. Deve ser instituída cota para pentelhos brancos, da mesma forma que existem cotas para os vestibulandos negros, devem existir cotas para os pentelhos brancos.
 
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