31 outubro 2007

Osteoporose infantil

Quando vi que a menininha estava de capacete, joelheiras e cotoveleiras caminhando pela calçada comentei com a minha namorada que a garotinha era uma coitada, que eu estava com muita pena daquela pálida figurinha frágil. A doença dela deveria ser muito grave, provavelmente uma espécie osteoporose infantil em estado muito adiantado de forma que os pais da moleca, para protegê-la obrigavam-na a usar aquela indumentária para não perdê-la para sempre, que ela deveria sofrer muito com aquela roupa quente, e que aquela débil figura deveria ser atormentada impiedosamente com as brincadeiras maldosas dos coleguinhas da escola. Quase derramo uma lágrima salgada de compaixão quando minha companheira interveio.
– Você não viu que ela deixou a bicicleta ali naquela casa?

2 comentários:

Sonia Sant'Anna disse...

As aparências enganam, caro Roberto.

Anônimo disse...

Caro Klotz,
Fiquei muito feliz em descobri-lo escritor.
Quando te conhecí percebi logo que você tinha, intelectualmente, algo mais além da sua grande competência profissional como engenheiro.
É um privilégio tê-lo como amigo.
Silvano

 
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