03 julho 2009

Na curva do rio


Por que eu deveria sentir medo? Quase todo dia eu ia pescar na beira do rio, lá no fundo de casa. Só que já era noite. Noite de vento gelado e de poucas estrelas.
Diziam que à noite a alma do velho do rio procurava algum corpo para encarnar.
De tarde, eu esquecera o canivete do papai junto ao pé da árvore. Se ele descobrisse o sumiço, eu apanharia de cinta.
A lanterna estava sem pilhas, nem adiantaria levar uma vela. O vento assopraria. Eu conhecia bem o caminho, nem 20 minutos e estaria de volta.
Quando trisquei a mão no canivete, uma coruja, bem na minha cabeça, deu um grito rasga-mortalha. Voltei em 10 segundos. Não lembro se peguei o canivete ou se apanhei de cinta. Ainda ouço o grito da maldita.

2 comentários:

ZAMY PESCI disse...

O medo assombra ,até a sombra da gente da medo ás vezes hahahahahha

Klotz disse...

A sombra da gente
quem diria,
parece quente
e é uma fria.

 
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