
Minha secretária estará de plantão peça para ela anotar seus recados, solicitei que ela organizasse meu escritório na minha ausência.
QUEM? Klotz ; O QUÊ? Escrever ; QUANDO? Sempre ; ONDE? Em todos os lugares ; COMO? Teclado ou caneta ; POR QUÊ? Tesão ; QUANTO? Aí a gente negocia...
O Brasil é um país maravilhoso por abraçar as diferenças raciais com naturalidade.
de cocôs caninos. Todos os dias fico estressado. Hoje resolvi não me estressar.
– Quer ir comigo? Perguntou a apetitosa balzaquiana dentro do elevador.
acredito e penso que cada um tem o direito de escolher no quê acreditar: trevo de quatro folhas, pé de coelho, figa, Papai Noel, estrela cadente, Nossa Senhora da Pá Virada, patuá, vudu espetado, quadrados mágicos ou o poder estimulante da casca de amendoim torrado.
Somente o vento do final de tarde de verão domingueiro me resgata da preguiça. Apesar do calor que amoleceu a minha inteligência vou para a rua fazer uma caminhada e levantar as mãos aos céus agradecendo o vento forte e repentino.
aquela coisa na orelha e a roupa apertada. Abriu os olhos, enrugando a testa com medo da luz. Não havia luz. Virou-se então para a mesinha de cabeceira a fim de ver as horas. O despertador estava apagado. Almeida, com a cabeça pesada, imaginou que devia ter deixado o livro na frente daqueles números brilhantes na hora de apagar a luz.
Triiiiiimmm, pausa, triiiiiimmm, pausa, triiiiiimmm, pausa, triiiiiimmm.


Dei flores perfumadas,
sinal e perdeu o carro. Pivete chapado mata por um relógio quebrado. Pedreiro faz sexo com nenê da vizinha. Mais uma rebelião no presídio. São manchetes diárias dos nossos jornais. Na verdade não são manchetes, são apenas chamativos das páginas internas do jornal. Às primeiras páginas cabem as verdadeiras notícias de destaque: política, economia e esporte. Os fatos corriqueiros de morte e violência, de tão comuns ficam com as páginas centrais. Os acontecimentos só recebem relevo quando o algoz ou a vítima são pessoas de notório destaque. Se o seqüestrado for apenas rico não receberá sequer uma linha dos jornais.
com orgulho. O problema de Waltraut, em relação ao próprio nome, é ter nascido no Brasil e residir no Brasil. Nasceu nos anos 20, do século passado. Filha de alemães imigrantes. Foi para a escola alemã. Freqüentava o clube alemão. O vizinho da frente era alemão. O da esquerda, alemão. O da direita também era alemão. Na mercearia comprava Reis, Bohnen e Zucker. Tudo em alemão. E o Herr Schmidt anotava em alemão a despesa na caderneta para a cobrança mensal.

Curioso? Também fiquei. Eu tinha um dicionário à mão. Talvez você não tenha. Se tiver, não precisa buscar, até o final do texto desvendaremos esta charada.
Narciso era auto apaixonado. Seus pais eram o deus-rio Cefiso e a ninfa Liríope. E,por ser filho de deus se achava lindo, divino e maravilhoso. Passava o dia admirando-se no reflexo das águas da lagoa Eco. O problema era ficar de quatro, alguém poderia querer amá-lo também.

A própria palavra pentelho era considerada de baixo calão até que nos últimos 20 anos um apresentador de televisão começou a fazer uso da palavra à exaustão. Pode-se até dizer que o tal apresentador é um chato, assunto próprio para pentelhos. Não querendo fugir à questão proposta, surgimento do pentelho branco, defendo intransigentemente os pentelhos brancos. Acho um absurdo a discriminação contra os pentelhos brancos. Neste mundo povoado por negros pentelhos, penso que devam ser abertos espaços para os pentelhos brancos. Deve ser instituída cota para pentelhos brancos, da mesma forma que existem cotas para os vestibulandos negros, devem existir cotas para os pentelhos brancos.
Pedro apesar da fama de absolutista e mandão era uma pessoa dócil e bem mandada. Sempre atendia quando chamado. Miguel, Paula, ou Joaquim. Pedro atendia da forma que o chamassem. Também pudera, batizaram-no de Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.
Antes mesmo de saber a cor do céu liguei a música do computador e o aleatório escolheu “Arpan” de George Harrison na sua fase Hare Krishna. Fechei os olhos e a minha imaginação sentou-me de cueca branca no frio piso da varanda, cruzou-me as pernas e, ioguísticamente, juntou-me o polegar e o indicador de cada mão. Posição ereta olhos fechadas num looooogo e sonoro OOOOMMMM. O sol bateu-me à testa. Reabri os olhos. É impressionante como existem dias em que nossas antenas captam melhor a energia presente na luz solar. Amén!
Logo após ler a coluna de Tutty Vasques em O Globo enviei e-mail com meu depoimento:
Pois eu, Roberto Klotz, afirmo: a história de Virgínia Lane é verdadeira.
Era quinta-feira. Passamos 24 horas fechados dentro de um armário escuro no hall de distribuição dos quartos do Palácio do Catete. Trezoito, era o líder, só poderíamos sair do armário após a ordem dele. Anos mais tarde soube que ele nos contratou a pedidos de Carlos Lacerda. Cicatriz estava ansioso, queria terminar o trabalho logo. Mão Negra não dizia palavra. Nós só poderíamos entrar no quarto após o grito do presidente. O presidente mantinha uma rotina impressionante, todos os dias, às vezes mais de uma vez, urrava igual ao Tarzan, seu ídolo, ao terminar sua relação fantasiosa com Jane. O nosso problema é que o presidente estava sempre disposto, não tinha hora certa. Virgínia tinha quatro roupas selvagens para agradar ao presidente. Não tínhamos certeza da hora, sabíamos apenas que iria acontecer e que sua excelência era dinâmico e rápido.
Deviam ser umas cinco e meia daquela fria madrugada quando Virgínia abriu o armário e escolheu a roupa de oncinha que estava num cabide logo à minha esquerda. Foi um momento inesquecível. Pude sentir o perfume de Miss Lane. Não era o perfume de uma vedete vulgar, era o cheiro de uma dama. Ela fechou a porta do armário e eu fechei meus olhos deixando fluir o aroma do perfume até chegar aos neurônios que instantaneamente acionaram a vitrola cantando sassaricando na voz maviosa e provocante de Virgína Lane. Aquela era a minha sensação predileta: medo e tesão. Meu desejo era entrar logo naquele quarto onde estava presidente. Por uma questão de ordem, eu aguardaria minha vez.
Cicatriz me cutucou:
– Será que Gegê ainda vai demorar muito?
Fiquei furioso. Odeio que interrompam minhas fantasias.
Neste exato segundo, o presidente imitou o Rei das Selvas e bateu com os punhos fechados no próprio peito.
Trezoito, Cicatriz e eu saímos do armário em direção ao quarto. Mão Negra, que também estava estimulado, ficou para trás porque estava com as com as calças arriadas.
Abri a porta, Cicatriz afastou a gostosa da Virgínia, Trezoito atirou. Mão Negra abriu a janela para Virgínia correr. O Tarzan, digo, o presidente ainda chamou por Fortunato antes de bater com as dez. Trezoito pegou a arma e colocou na mão de Getúlio. Corri atrás de Virgínia e tentei convencê-la que agora seria a minha vez e depois seria a vez de Mão Negra. Ela ficou brava, se esquivou e xingou com um sonoro palavrão. Mão, irritado ainda gritou:
– Vai, vagabunda, vai arrumar outro presidente.
Guardei este segredo desde aquele 24 de agosto de 1954 por amor, tesão e respeito a Virgínia. O crime já prescreveu e como ela abriu o bico, confirmo para quem quiser saber.
Minha única dúvida é quanto ao dia da semana, quinta-feira. O restante, é a mais absoluta verdade.
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Hoje, dia 28 de fevereiro, em 1920, nasceu a cantora, vedete e compositora Virgínia Lane.
Manual do escritor – Dicas e ferramentas para quem quer escrever e publicar um livro.
Aprender a técnica literária potencializará seu talento. O conhecimento não serviria de nada para a pessoa sem talento, mas aumenta o alcance de quem a possui.
A prática comprova que pequenas mudanças e melhorias fazem a diferença entre competidores e vitoriosos.
Com bom humor, o autor procurou reunir e compartilhar o que considera mais significativo para o desenvolvimento do ofício da escrita até a publicação do seu livro.
224 páginas a R$ 40,00
Pepino e farofa são crônicas bem humoradas resultantes de 50 anos de inexperiência no comando de um fogão onde a comida é o prato principal.
No divã do psicanalista convence que o milho afasta a depressão e a solidão. Uma formiga em cima da bancada é motivo para uma fábula. Explica como um violão pode influenciar na preparação do almoço.
Só foi possível escrever o livro graças à minha mãe que, na infância, incentivou-me a brincar de carrinho em vez de comidinhas e panelinhas.
160 páginas ao preço de R$ 30,00
Quase pisei! é um livro de crônicas com temática andante. Os mortais caminham, Klotz viaja na criatividade. Com escrita na primeira pessoa do singular, convence os leitores de que tudo é verdade e que aconteceu com ele. Também nos dá a impressão que o mundo só começa a acontecer quando calça o tênis e sai para a rua. Seu olhar de cronista sempre está atento através de lentes irônicas, bem humoradas e às vezes poéticas, quando coloca os óculos líricos. O entusiasmo e a alegria do autor são contagiantes.
160 páginas ao preço de R$ 30,00
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A dedicatória é para você?
A postagem nacional é por minha conta.
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